28/04/2010 / 05:18

http://www.uai.com.br

O Ministério Público Federal (MPF), em São Paulo, requisitou esta terça-feira que a empresa Google Brasil forneça, em 72 horas, dados que embasaram a pesquisa que aponta o Brasil como o líder de pedidos para remover conteúdo da internet. A procuradora da República Priscila Costa Schreiner, coordenadora do Grupo de Combate aos Crimes Cibernéticos do MPF paulista, cobra ainda que a empresa esclareça a diferença entre os números divulgados pela empresa no relatório Google Requests e os dados encaminhados ao MPF.

O ofício foi enviado na segunda-feira ao Diretor Geral do Google Brasil, Alexandre Silveira Dias, requisitando a cópia dos dados fornecidos pela Google Brasil que subsidiaram os números sobre o país constantes do relatório Google Requests, realizado e publicado pela empresa, gerando reportagens em todo o mundo.

A procuradora questiona se os números citados sobre conteúdos removidos se referem especificamente aos crimes de pornografia infantil e quer saber de que tipo de casos tratam os outros números sobre o país que aparecem no relatório, especificando a quais serviços da Google eles se referem.

Pesquisa

De acordo com pesquisa divulgada no dia 20 de abril, as agências dos governos de Brasil e Estados Unidos são as que mais requisitam ao Google informações sobre os usuários de seus serviços e também as que mais pedem remoção de conteúdo. Com base nos dados de uma nova ferramenta de mapeamento, o Google decidiu divulgar quantos pedidos de dados de usuários considerados suspeitos em investigações criminais e de remoção de conteúdo são feitos por país.

A empresa alegou que sua intenção, ao divulgar a pesquisa, era "expor o crescimento do problema da censura na internet". De acordo com a ferramenta, de 1º de julho a 31 de dezembro de 2009 o Brasil fez o maior número de pedidos de acesso a informações de usuários (3.663), seguido pelos Estados Unidos (3.580). O Brasil também lidera o ranking de requisições de remoção de conteúdo, com 291 pedidos, seguido por Alemanha, Índia e Estados Unidos.

Na nota e no ofício enviado ao Google, o MPF observou ainda que os números da pesquisa Google Requests não batem com os números de casos remetidos pelo Google Brasil em cumprimento ao Termo de Ajustamento de Conduta firmado pela Google e o MPF perante a CPI da Pedofilia, que tem uma série de cláusulas visando ao apoio da empresa no combate a este crime, que ainda está vivo no Orkut

Marcadores: , ,

18/04/2010 / 16:17


SÃO PAULO – O Google inseriu um recurso no Gmail que agradará em cheio quem vive anexando arquivos nas mensagens: é o drag-and-drop (em português, arraste-e-solte).O recurso permite que o usuário pegue um arquivo em qualquer pasta do Windows e o jogue direto para a janela de “escrever e-mail” do Gmail.Durante o processo, o usuário só deverá ficar esperto para jogar o arquivo exatamente numa caixa verde, que aparece com a mensagem “Solte os arquivos aqui para adicioná-los como anexo”.O drag-and-drop funciona com apenas um arquivo ou um conjunto deles. O bacana é que o recurso, além de economizar alguns cliques e aposentar a ferramenta “Anexar arquivo”, é compatível com qualquer tipo de dado, como fotos e documentos de textos. O drag-and-drop está ativado para todos os usuários e não precisa ser configurado. Mas ele tem uma limitação: só funciona no Gmail que é aberto nos navegadores Firefox 3.6 e Google Chrome.

Marcadores:

14/04/2010 / 05:07

Depois de quatro meses batendo na tecla de criar uma superestatal para massificar a internet rápida no país, o governo decidiu que o Plano Nacional de Banda Larga será implantado em parceria com as empresas de telefonia. A confirmação vem apenas três dias depois de a Oi ter apresentado à ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, uma proposta de assumir a dianteira do projeto.
Para reforçar sua sugestão com o governo, o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, se reúne nesta terça-feira (13), às 14h, com o ministro das Comunicações, José Artur Filardi. Segundo uma alta fonte do governo, nessa nova configuração, a Telebrás fará apenas a operação no atacado, oferecendo capacidade de transmissão de dados a empresas privadas, que podem ser desde pequenos provedores a operadoras de telefonia celular, por exemplo.
Um técnico do setor afirmou que a Oi se propõe a cobrar R$ 35 pelos serviços de internet rápida daqueles clientes que já têm uma linha telefônica da empresa. Mas nos locais onde as ligações ainda tiverem de ser feitas, o preço ao consumidor final subiria para R$ 45. Esses valores, correspondentes a uma velocidade acima de 600 quilobits por segundo (kbps), seriam possíveis com contrapartidas do governo, na forma de liberação de recursos dos fundos setoriais das telecomunicações e eventual desoneração tributária.

Parceria com teles
A iniciativa da Oi abriu caminho para que o Palácio do Planalto voltasse a pensar numa parceria com as teles. Até porque, segundo um técnico que participa das discussões, o governo já vinha tendo dificuldades de fechar as contas para o lançamento do plano, diante das sinalizações da área econômica de que não seria possível mexer no orçamento deste ano para alavancar recursos para o programa.
O plano, sem as teles, contaria neste ano apenas com cerca de R$ 200 milhões, que foram aportados para a Telebrás no fim de 2007. Nesse caso, as metas de 2010, que já tinham sido redimensionadas para um projeto-piloto em 300 cidades, teriam sido reduzidas para 100 cidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Marcadores:

08/04/2010 / 10:29

03/04/2010 / 07:08

Texto original: aqui


Na última semana, depois de duas falhas elétricas, o Large Hadron Collider (LHC), a maior máquina concebida pelo homem, voltou a funcionar depois de permanecer em manutenção desde o Natal. Religada em novembro do ano passado, a supermáquina criada pela Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern) teve de passar por uma nova manutenção de poucos meses, curta se comparada ao primeiro conserto. Quando funcionou pela primeira vez, em setembro de 2008, teve um problema de superaquecimento que demandou mais de um ano de ajustes. Agora, está funcionando com sucesso, para a alegria de físicos e entusiastas da ciência. Com uma extensão de 27 quilômetros e situado a 100 metros debaixo da terra, na periferia de Genebra, na Suíça, o LHC promete atingir limites nunca antes alcançados pela física. O investimento de 10 bilhões de dólares terá mais do que valido a pena se alguns segredos do primeiro trilionésimo de segundo depois do Big Bang, a explosão que deu origem ao universo há 13,7 bilhões de anos, forem mesmo revelados.

Essa "viagem no tempo" não é magia. Em fenômenos típicos do dia a dia, observamos o passado sem nos dar conta. Os raios solares, por exemplo, chegam aos nossos olhos pouco mais de oito minutos depois de irradiados, o que significa que, se em tese o Sol for extirpado do universo, só perceberemos isso oito minutos depois. O mesmo processo acontece com estrelas que, por estarem a milhares de anos-luz de distância, talvez nem existam enquanto nos deliciamos com seu brilho trêmulo no céu noturno. O LHC é um acelerador de feixes de prótons hiperenergizados que atingem o equivalente a 99,9% da velocidade da luz. Com magnetos poderosos, os cientistas os obrigam a mudar de sentido, para, então, provocar um choque, do qual resultam restos de matéria e energia. "Como, segundo a teoria da relatividade de Einstein (E = mc), quanto maior a energia, maior é a massa, quanto mais energia for imposta aos prótons, mais massa terá o resultado da colisão a ser observado", diz o físico brasileiro Denis Oliveira Damazio, que trabalha no Cern e participou da construção do Atlas, um dos quatro aparelhos detectores responsáveis por analisar as colisões. "Além disso, quanto mais energia os prótons tiverem, poderemos observar momentos mais próximos do Big Bang." O primeiro acelerador de partículas, criado em 1930, por exemplo, energizava os prótons apenas a 8 000 elétrons-volt, o que permitia observar como a matéria se portava aos dez minutos seguintes ao Big Bang. Atualmente a energia dos prótons postos em rota de colisão no LHC é de 3,5 teraelétrons-volt, metade da capacidade total do aparelho. No choque, a energia atinge 7 teraelétrons-volt, também metade da capacidade total. Para se ter uma ideia, um próton típico na atmosfera da Terra tem uma energia média de 0,03 elétron-volt, enquanto na superfície do Sol teria apenas 0,4 elétron-volt. No LHC, atualmente, a energia de um próton é 8,75 trilhões de vezes maior. Além disso, por colidir 100 vezes mais prótons do que seu antecessor, o Tevatron, pode-se dizer que um ano de funcionamento da nova máquina equivale a 100 anos da antiga. Mesmo assim, prevê-se que o LHC opere em toda a sua capacidade só daqui a três anos.

Os experimentos na máquina situada na fronteira franco-suíça podem também ajudar a encontrar tanto a matéria escura que molda o cosmos visível quanto o "bóson de Higgs" – que, na teoria, possibilitou o início da matéria. Além disso, eles podem corroborar uma intuição de Einstein. Embora não tivesse ferramentas para provar, o maior físico da história pensava que no início do universo as forças (eletromagnética, fraca, forte e gravitacional) agiam como uma só. Se o bóson de Higgs não for encontrado, grande parte da física desenvolvida no século XX e a reputação de físicos e cientistas considerados geniais vão ruir. "A meu ver é aí que tudo vai ficar muito mais interessante. Vamos partir, de novo, do zero", diz o físico Oscar Éboli, professor da USP. Seria um choque dramático. Até hoje todas as grandes formulações teóricas da física de alta energia foram confirmadas nas experiências práticas em laboratório, Com o LHC não deve ser diferente.

Marcadores: